Após forte alta em junho, mercado de leite começa a voltar ao normal

A paralisação dos caminhoneiros nos últimos dez dias de maio fez os preços do leite pagos aos produtores do País dispararem no mês passado. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em junho, os produtores brasileiros receberam, em média, R$ 1,165 pelo litro do leite entregue no mês anterior – uma alta mensal de 4,3%. O percentual de valorização superou o registrado nos meses anteriores.

O movimento dos caminhoneiros interrompeu a captação de leite pelos laticínios e cerca de 600 milhões de litros de leite cru foram descartados no país por produtores em decorrência da falta de meios para transportar a matéria-prima das propriedades até as empresas.

Segundo o Índice Scot de Captação de Leite, em maio o volume coletado pelos laticínios do País diminuiu 7,6%, na média nacional, em comparação com abril deste ano, por causa paralisação. Dados parciais apontam para uma queda de 3,5% na captação em junho.

Rafael Ribeiro, analista da Scot, disse que o período de entressafra no Sudeste e Centro-Oeste do país também explica a queda na captação de leite pelas empresas. O analista observou que a paralisação levou a uma forte alta dos preços do leite no spot (negociação entre laticínios) em junho. Segundo a Scot, em São Paulo, a média no mês ficou em R$ 1,839 por litro, ante R$ 1,531 em maio.

“Como reflexo da paralisação, também houve alta expressiva nos preços do leite longa vida no atacado, sobretudo na primeira quinzena de junho”, afirmou Ribeiro. Na média mensal, o litro do leite saiu de R$ 2,38 em maio no atacado paulista para R$ 3,13 em junho, segundo a consultoria.

De acordo com o analista, o mercado já dá sinais de normalização, uma vez que a demanda por lácteos “não está aquecida”. Além disso, a produção de leite já está subindo nos estados do Sul do país com o início da safra na região.

Porém, uma pesquisa da Scot em 18 estados do País, envolvendo 158 agentes como laticínios e cooperativas, ainda indica que 92% esperam alta nos preços ao produtor no próximo pagamento, enquanto 8% acreditam em estabilidade.

 

Fonte: Valor Econômico

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