ABAG lança documento sobre inovação e competitividade no agronegócio

A inovação tem sido cada vez mais importante para o agronegócio brasileiro manter sua posição de liderança no cenário internacional. Para oferecer uma visão global sobre como os princípios de inovação e competitividade estão sendo trabalhados pelo setor, a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), por meio de seu Comitê de Inovação, promoveu uma pesquisa junto ao mercado nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, resultando na elaboração do Position Paper: Visão da Inovação e da Competitividade do Agronegócio.

O documento desenha a conjuntura, os desafios e as mudanças no cenário de inovação e competitividade do agronegócio, atualizando as informações obtidas em 2020. Desse modo, a ABAG pretende ampliar o debate sobre os impactos do agro nos diferentes setores da sociedade e nas cadeias globais de valor, em especial na correlação com a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável, as mudanças climáticas, a implementação de novas tecnologias e o equilíbrio do poder econômico.

Ao completar 30 anos de história e de atividades importantes para o desenvolvimento do agro nacional, a ABAG reitera seu compromisso em contribuir com o setor ao lançar o Position Paper. A entidade seguirá trabalhando na defesa dos interesses de toda a cadeia de produção, no apoio às iniciativas públicas e privadas, na proposição de ideias, no estímulo à inovação, na criação de novas iniciativas e no fortalecimento de parcerias para que o agro siga com seu protagonismo global.

A fim de nortear a atuação da ABAG e do setor no sentido de estimular a inovação e ampliar a competitividade, foram desenvolvidos quatro drivers principais.

Pesquisa-Inovação

O driver Pesquisa ↔ Inovação conta com cinco norteadores: a inovação para maior produção e maior competitividade frente aos custos e regulações cada vez mais restritivas; a transformação do setor em referência de agrotecnologia, exportando know-how e inovação; ampliação do fomento voltado para a aquisição de ferramenta e equipamentos inovadores; maior conectividade no campo; e foco nas realidades distintas do País para o desenvolvimento de tecnologias.

Para contribuir com essas sugestões, a ABAG atuará para que o escopo do incentivo à inovação englobe tecnologias produtivas e maquinários para agricultura de precisão, e a criação de novas ferramentas de gestão, governança, fomento financeiro, bancos de dados e compartilhamento de informações.

Gestão-Educação

Em Gestão ↔ Educação, a sugestão é alinhar universidades, empresas de inovação e agroempresas para um trabalho conjunto de transformação da educação voltada ao agronegócio, levando os tópicos relevantes de inovação, competitividade e realidade do campo para as grades curriculares e centros de pesquisa acadêmica. Para isso, a ABAG conta com o ABAGLab, a fim de buscar, apoiar, acelerar e ampliar iniciativas e eventos de inovação aberta, educação e empreendedorismo, sendo um verdadeiro hub de inovações nas cadeias produtivas do agro.

Brasil-Mundo

Dois norteadores foram elencados em Brasil ↔ Mundo: a integração entre iniciativa pública e privada com o objetivo de desenvolver soluções para os principais gargalos do agro, e o fortalecimento da representatividade internacional, por meio de um trabalho das entidades de classe. A ABAG seguirá se posicionando sempre que for necessário e atuará como o interlocutor entre os diversos stakeholders, para embasar as decisões do poder público e de entidades internacionais.

Agro-Meio Ambiente

Em relação ao Agro ↔ Meio Ambiente, é necessário enfatizar a sustentabilidade como um valor agregado e diferencial para o agro nacional. Para isso, o setor deve mostrar a redução dos impactos ambientais da atividade agropecuária e agroindustrial aos mercados interno e externo.

Nesse sentido, a ABAG continuará a promover o trabalho de defender os interesses do setor dentro e fora do País, e a atuar em prol de políticas públicas coerentes com essa realidade, especialmente em temáticas específicas como plantio direto, redução das emissões de gases de efeito estufa, rastreabilidade, iLPF, entre outros.

O Position Paper: Visão da Inovação e da Competitividade do Agronegócio auxiliará para que o setor inove cada vez mais, gerando valor para o país e para a sociedade, ampliando a oferta de alimentos, fibras e bioenergia, e elevando, desse modo, sua competitividade, integrada à sustentabilidade.

Sobre a pesquisa

A pesquisa da ABAG mensurou a importância de diversos fatores que impactam o agronegócio e as agroempresas brasileiras, incluindo startups e scaleups, e contou com a participação de diversos setores da sociedade. Especificamente no agro, destaque para a área da pecuária (54%) e de grãos (21%). Do total de respondentes, 24% pertencem ao mercado, 16% estão na academia, 15% atuam em instituições governamentais, 10% na indústria e 7% são produtores rurais.

Desafios

O principal desafio para a competitivida­de do agronegócio, segundo 85% dos participantes, é a infraestrutura do país, seguido pelos efeitos das mudanças climáticas e das regulações e políticas públicas. No caso dos gargalos internos, destaque para a necessidade de melhorar a gestão e governança das empresas do setor. A pesquisa apontou ainda a necessidade de melhoria nas políticas e incentivos públicos, especialmente por meio da educação.

Avaliação

Em termos de avaliação global dos temas da pesquisa, o fator humano foi considerado o mais relevante para a inovação e competitividade. Mais da metade dos participantes apontaram que não é possível ter competitividade sem Pesquisa & Desenvolvimento e um perfil inovador na empresa. Contudo, a falta de recursos ainda é um gargalo para tornar a organização mais competitividade, junto à gestão de custos e produtividade.

Para 60% dos respondentes, o fortalecimento, competitividade e a inserção em cadeias globais de valor dependem principalmente da pesquisa e da promoção comercial internacional. Além disso, o engajamento de startups e agroempresas pode ser produtivo em questões de competitividade, ganho de eficiência, produtividade, escala, empreendedorismo e novos modelos de negócio. As organizações se mostraram mais abertas a parcerias para experimentação e desenvolvimento de projetos pilotos.

Tendências

Quanto às tendências, a percepção é de que a inovação deverá permear toda a cadeia produtiva. Para 60% dos respondentes, as principais tendências são agricultura de precisão, inteligência artificial, equipamentos autônomos, aplicativos e softwares de gestão. Também foram citadas tecnologias ligadas à rastreabilidade como o blockchain e a agricultura verticalizada.

Fonte: ABAG
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