Antonio Alvarenga: “A China pode ser uma grande parceira do Brasil em infraestrutura e logística”

Beatriz Barrionuevo, membro do Conselho Geral da Cofco Internacional; Túlio Cariello, diretor do Conselho Empresarial Brasil-China e Antonio Alvarenga, presidente da SNA. Foto: Divulgação

Apesar de estar evoluindo, o setor de de infraestrutura e logística continua a ser um dos desafios do agronegócio brasileiro. Os investimentos nesta área têm sido inferiores à atual capacidade de produção do País.

Diante disso, oportunidades podem surgir para nações como a China, que em 2022 manteve o Brasil como seu maior parceiro comercial entre os países de língua portuguesa, segundo o Fórum de Macau. As trocas comerciais entre os dois países somaram US$ 171.49 bilhões no ano passado, o que representou um avanço anual de 4,9%.

“A China pode colaborar muito nessa questão de infraestrutura, com a construção de ferrovias, pontes, estradas, etc. Ela poderia trazer essa tecnologia para o Brasil”, ressaltou o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, ao participar do seminário Perspectivas Brasil-China 2023, na Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro.

“Os investimentos chineses são essenciais para garantir melhores condições de vida à nossa população”, afirmou o executivo, lembrando que, no setor agrícola, 30% do que o Brasil exporta – em sua maioria, soja – tem como destino o país asiático.

Considerando a perspectiva de demanda mundial por produtos do agro, que inclui aspectos como o aumento da população do planeta, Alvarenga lembrou que a China, assim como outros países asiáticos, “estão urbanizando mais e aumentando sua renda, o que gera uma demanda maior por proteína animal.”

De forma geral, disse ele, “o Brasil está apto a atender a toda essa demanda de alimentos, porque reúne condições favoráveis como água, terra, tecnologia e gente empreendedora. Seremos o grande fornecedor global de alimentos do futuro.”

Números

Durante o seminário realizado pela Coordenação das Relações Brasil-China da OAB-RJ, o presidente da SNA falou sobre os avanços tecnológicos da agricultura nas últimas cinco décadas e apresentou alguns dados do setor.

“Em 2022, o Brasil atingiu US$ 152 bilhões em vendas externas. Quase a metade da pauta de exportação brasileira se origina do agro. Hoje o setor representa 27% do PIB brasileiro”, disse.

“A produtividade está muito maior, com ganhos sucessivos, e temos a agricultura mais sustentável do planeta. A estimativa para 2022/23 é de 311 milhões de toneladas de grãos, contra 58 milhões em 1990/91”.

Além disso, Alvarenga lembrou que as startups é que estão garantindo, hoje em dia, inovação e a tecnologia para o agronegócio . “Há cerca de duas mil startups voltadas para o setor”, destacou.

Outros desafios

Ainda na ocasião, o presidente da SNA comentou a respeito de outros desafios que estão na pauta do agro. “Precisamos melhorar o seguro agrícola, pois somente 15% da área brasileira de plantio é segurada; ter mais acordos comerciais; agregar, de forma progressiva, mais valor às exportações e manter os investimentos em pesquisas, defesa sanitária e fitossanitária, inovação e produtividade”.

“Temos problemas trabalhistas, de tributação, e outros relacionados à compra de terras por estrangeiros, territórios indígenas, desmatamento, etc. Devemos trabalhar para desburocratizar essas questões e garantir segurança jurídica”, acrescentou Alvarenga, que também destacou o potencial de crescimento do agro no mercado financeiro e em outros segmentos como os de crédito de carbono.

Por Equipe SNA
Fontes: OAB-RJ/Poder 360
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