Brasil destina 80% da carne produzida ao mercado interno

Brasil possui o maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, com 214 milhões de cabeças. Foto: Divulgação
Brasil possui o maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, com 214 milhões de cabeças. Foto: Divulgação

O Brasil possui o maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, com 214 milhões de cabeças, tendo exportado em 2015 o equivalente a US$ 5,9 bilhões. Os números da CNA mostram que o mercado interno responde por cerca de 80% do consumo da carne bovina produzida e os demais 20% são colocados no mercado internacional.

“O Brasil assumiu o compromisso da sustentabilidade na produção de carne bovina, mantendo a qualidade e a sanidade do rebanho, livre de doenças, com o objetivo de garantir o consumo interno e conquistar cada vez mais novas fatias do mercado internacional, especialmente junto aos países da União Europeia” (UE), afirmou o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, durante o coquetel do Happy Hour da Carne Bovina. O evento ocorreu no último dia 1º de junho, na sede da instituição, com a presença de lideranças do setor agropecuário e de convidados que tiveram a oportunidade de degustar vários tipos carnes nobres e de qualidade das raças Nelore, Angus, Hereford e Cherolês.

Na opinião do Chefe do Departamento de Saúde Animal (DSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, “é preciso manter as conquistas sanitárias alcançadas com a relação a doenças como a febre aftosa, brucelose e tuberculose bovina, dando segurança ao setor privado para investir cada vez mais, garantindo o abastecimento interno e alcançar novos mercados externos”.

O Happy Hour da Carne Bovina, evento promocional que tem por objetivo difundir a qualidade da carne produzida no país, teve como destaque a presença de integrantes da missão técnica da UE que se encontram no Brasil auditando os serviços de defesa agropecuária dos estados do Tocantins e Rondônia, além do Distrito Federal, para habilitação à exportação de carne bovina in natura aos países do bloco europeu.

 

MISSÃO TÉCNICA

Os dois integrantes da missão técnica da UE, a finlandesa Liisa Rantamaki e o belga Andre Evers, encerraram a visita de inspeção sanitária do rebanho bovino, nesses estados e no DF, degustando as carnes nobres de raças bovinas existentes no Brasil. A missão fará, agora, um relatório técnico e a UE deve oficializar a decisão sobre a habilitação em aproximadamente 60 dias.

A CNA assinala que os estados de Tocantins e Rondônia, além do Distrito Federal, foram reconhecidos como livres de febre aftosa com vacinação, já há mais de 12 anos, mas, mesmo assim ainda continuam impedidos de exportar carne bovina in natura para os países europeus. Com a visita da missão técnica da UE tanto os produtores, quanto a CNA e o Mapa, esperam que os entraves legais sejam superados e as exportações dessas regiões liberadas.

 

QUALIDADE

Para André Luis Locateli, gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, esse tipo de carne atende em “qualidade e quantidade os rígidos padrões internacionais de certificação, com o produto sendo vendido para mercados mais exigentes sem restrições sanitárias”.

Para o gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Schuler Medeiros, nos últimos 15 anos o programa de aprimoramento da qualidade desse tipo de carne foi fortalecido e reconhecido no mercado internacional. Assim é que essa carne, com aprimoramento genético e controle de qualidade, já é exportada para seis países da Europa.

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da CNA, Antonio Pitangui de Salvo, acredita que o Brasil ainda precisa desenvolver campanhas e políticas agressivas para “mostrar ao mundo a qualidade indiscutível da carne bovina aqui produzida”. Segundo ele o país ainda é visto muito mais como um grande produtor, em quantidade. E, às vezes, o nível de qualidade fica em segundo plano.

Conforme lembra o consultor de Defesa Agropecuária da CNA, Décio Coutinho, a Confederação participa de todos os fóruns de discussão sobre a situação da pecuária brasileira, sempre na busca de soluções capazes de atender às exigências legais exigidas nos protocolos internacionais sobre sanidade animal.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, destacou a importância do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que este ano completa 100 anos de atuação, “órgão responsável pela qualidade não só da carne aqui produzida, mas de vários outros itens usados diariamente pela população brasileira”.

 

MERCADO EXTERNO

Levantamento feito pela CNA mostra que a carne bovina brasileira tem presença destacada no mercado internacional. No ano passado, a China e Hong Kong foram os principais mercados compradores, gerando receita de US$ 1,45 bilhão e participação de 25,1% no total das exportações. Em segundo lugar está a UE, comprando US$ 772,75 milhões, 13,3% do total. Na terceira posição vem o Egito, US$ 661,25 milhões. Os Estados Unidos aparecem em sétimo lugar, com importações de US$ 285,2 milhões e participação de 4,9% nas vendas externas de carne bovina do País.

Os Estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais são os principais exportadores de carne bovina, para a UE, conforme dados da CNA referentes a 2015. Juntos, os seis estados responderam por 99% das exportações dessas carnes para o bloco europeu. No caso de São Paulo, por exemplo, foram exportadas mais de 45 mil toneladas de carne bovina que representaram receita de US$ 278,6 milhões. O Estado de Goiás está na segunda colocação, com 20 mil toneladas de carne vendidas ao bloco e receita de US$ 152 milhões.

 

Fonte: Sistema Faeg

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp