Conab: produção nacional de cana-de-açúcar na safra 2021/22 totaliza 585.2 milhões de toneladas

A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2021/22 registrou um total de 585.2 milhões de toneladas, volume que representa uma queda de 10,60% em relação à colheita anterior 2020/21, que foi de 654.5 milhões de toneladas.

As informações fazem parte do 4º e último levantamento sobre a cultura, divulgado nesta quarta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundo comunicado da Conab, a redução é explicada, principalmente, pelas condições climáticas adversas registradas, da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e pelas baixas temperaturas em junho e julho de 2021, que provocaram impacto na produtividade de importantes regiões produtoras.

Além do clima, a Companhia registrou uma redução de 3,50% na área em produção de cana, passando de 8.6 milhões para 8.3 milhões de hectares. A queda ocorre mesmo com um cenário positivo para o setor sucroenergético, com preços atrativos para o açúcar e etanol.

Rentabilidade

O diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen, indicou na nota que a concorrência por área está se acentuando no Brasil. “A rentabilidade da terra é um fator de decisão cada vez mais determinante na escolha da atividade a ser implementada”, destacou.

“A soma da rentabilidade da soja e do milho na mesma área é praticamente imbatível. Isso explica a dificuldade para expandir e mesmo manter a área de cana. Um fator a ser considerado, ainda na decisão, é o risco associado à produtividade. Neste ponto a cana ainda leva vantagem”.

Açúcar e etanol

Com a menor disponibilidade de matéria-prima, tanto a produção de açúcar como a de etanol foram reduzidas. Para o açúcar, a queda verificada chega a 15% em relação ao volume produzido na safra 2020/21, estimado em 35.05 milhões de toneladas.

Já no caso do etanol, a produção total, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, é de 30.26 bilhões de litros, com redução de 7,70% em relação à safra passada.

Com relação ao biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar, o percentual de queda é de 10% em comparação com 2020/21, totalizando 26.78 bilhões de litros.

A produção de etanol anidro registrou um aumento de 13,80%, totalizando 10.6 bilhões de litros. O total produzido do hidratado, por sua vez, foi de 16.18 bilhões de litros, com queda de 20,80%.

Em contrapartida, a produção total de etanol à base de milho aumentou 14,90%, totalizando 3.47 bilhões de litros. No caso do anidro, o aumento foi de 4,20%, com 972.55 milhões de litros produzidos. Para o hidratado, a produção está em 2.5 bilhões de litros, com aumento de 19,70% em comparação a 2020/21.

Regiões produtoras

Segundo o levantamento da Conab, apesar de ter registrado a maior redução de área e de produtividade, o Sudeste se mantém como a principal região produtora do País, com uma colheita de 366.9 milhões de toneladas e queda de 14,40% em comparação ao ciclo anterior.

No Centro-Oeste e no Sul, o boletim aponta para uma queda na produção, com uma colheita de 131.3 milhões de toneladas e 31.9 milhões de toneladas, respectivamente.

No Nordeste e no Norte do País, a área plantada foi menor do que a da safra passada. Nessas regiões, porém, o clima foi favorável, refletindo em aumento nas produtividades. A produção final totalizou 51.1 milhões de toneladas nos estados nordestinos e de 3.86 milhões de toneladas nas áreas produtoras do Norte.

Exportações

Segundo a Conab, a combinação entre a alta das cotações internacionais e a taxa de câmbio em nível elevado no Brasil foram favoráveis às exportações de açúcar na safra 2021/22. Mesmo assim, as vendas recuaram 19,30% na safra 2021/22, diante da restrição de disponibilidade do produto, com volume embarcado de 26 milhões de toneladas.

No caso do mercado de etanol, o Brasil exportou 1.8 bilhão de litros, o que corresponde a uma redução de 38,90% em relação ao ciclo anterior. A queda também é influenciada pela limitação da produção registrada no ciclo atual.

Também foi registrada uma retração em 34,60% na importação do álcool, estimada em 380.4 milhões de litros e limitada pelo fim das cotas de compra do etanol proveniente dos Estados Unidos.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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