Exportações de produtos do agro superam US$ 10 bilhões em janeiro

Milho: um dos produtos com maior desempenho nas exportações do primeiro mês do ano.

A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que as exportações do agro brasileiro totalizaram US$ 10.23 bilhões em janeiro deste ano.

A SCRI destacou que, pela primeira vez em um mês de janeiro, as exportações do setor superaram os US$ 10 bilhões. O resultado representa um aumento de 16,50% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além disso, segundo a Secretaria, a receita obtida indica que as vendas externas do setor atingiram uma parcela de 44,40% da receita das exportações do País.

A SCRI informou ainda que a receita recorde foi favorecida pelo o aumento dos preços médios de exportação (+ 10,50%) e do volume embarcado (+ 5,50%). Milho, carnes (bovina, suína e de frango) e açúcar foram os produtos que tiveram o melhor desempenho no primeiro mês do ano.

O vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, afirmou que “a evolução das exportações nos próximos meses vai depender do quadro econômico global, tendo em vista uma provável recessão apontada por economistas em uma pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial no início do ano, considerando fatores como inflação, dívida alta e baixo crescimento”.

Milho

Principal produto de exportação do grupo de cereais, o milho totalizou US$ 1.8 bilhão em vendas, com alta de 166,40% na comparação com janeiro de 2021. A SCRI informou que o volume exportado também bateu recorde para os meses de janeiro, com 6.2 milhões de toneladas.

O resultado, de acordo com a Secretaria, foi influenciado por alguns fatores como o ritmo lento da colheita de soja, que permitiu a logística de transporte para o cereal; a continuidade do conflito na Ucrânia, que reduziu a produção de um importante fornecedor mundial de milho, e a demanda da China, a partir da autorização para comercialização em novembro do ano passado.

Com base em dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o vice-presidente da SNA reforçou que a produção de milho em 2022/23 deverá totalizar 123.7 milhões de toneladas – 9,40% maior que a do ciclo passado. Para a safra de verão, disse ele, “a produção será de 26.5 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 5,70% em relação a 2022”.

Quanto à segunda safra de milho (safrinha), Sirimarco afirmou que as estimativas da Conab apontam para um aumento de área e de produtividade de 95 milhões de toneladas (+ 10,60%).

Segundo a Consultoria AgRural, o plantio da safrinha 2023 de milho atingiu recentemente 40% da área estimada para o centro-sul do Brasil, contra 24% uma semana antes e 53% no mesmo período do ano passado.

Carnes

A SCRI também destacou que as exportações de carnes somaram quase US$ 2 bilhões, também representando um recorde para o mês de janeiro. A receita da carne bovina totalizou US$ 848 milhões e o volume exportado foi de 182.000 toneladas.

A China continua como a maior importadora da proteína, com aquisição de 57% do valor exportado (US$ 483 milhões). Outros importantes mercados foram Estados Unidos, União Europeia, Chile, Hong Kong e Egito.

Sirimarco destacou que as compras de carne brasileira pelos chineses também representaram um recorde para o mês de janeiro desse ano, “algo em torno de US$ 750 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), um resultado 43% acima do recorde anterior, de US$ 520 milhões, verificado em janeiro de 2020.”

A China é o principal importador do agronegócio brasileiro. A Secex indicou que o país importou o equivalente a US$ 2.04 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro em janeiro de 2023, com uma leve queda em relação ao mesmo período de 2022 (US$ 2.09 bilhões); no entanto, segundo a Secretaria, prossegue com forte ritmo de crescimento.

A carne de frango também registrou um desempenho favorável, com volume recorde e alto preço médio de exportação: US$ 839 milhões e 409.000 toneladas. Os principais destinos foram China, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes.

Segundo a Secretaria do Mapa, a oferta de carne de frango no mundo foi afetada pela incidência de gripe aviária em grandes regiões produtoras. Este fato possibilitou o grande aumento do volume exportado pelo Brasil e influenciou a formação do preço internacional da proteína.

Já a carne suína somou US$ 210 milhões, em janeiro deste ano, receita também recorde para o mês de janeiro. A China comprou mais da metade desse valor. A forte demanda chinesa por proteína animal foi determinada pelo período de celebração do Ano Novo Lunar chinês, que se iniciou no fim de janeiro.

Açúcar

As vendas externas de açúcar totalizaram US$ 870 milhões, com aumento de 68%, segundo a SCRI. Os destaques foram os mercados da Argélia, Nigéria, Marrocos, Egito e China.

Soja

O complexo soja (grão, farelo e óleo) exportou US$ 1.5 bilhão, com queda de 26,60%, indicou a Secretaria do Mapa. O desempenho do setor foi influenciado pela baixa disponibilidade de soja, em virtude do ritmo lento da colheita, devido ao volume de chuvas. Mesmo assim, a Conab estima uma produção recorde de 152.9 milhões de toneladas do grão no último levantamento divulgado neste mês de fevereiro.

O volume exportado de soja em grão foi de 840.000 toneladas (- 66%). Desse total, a China adquiriu 61% ou 509.000 toneladas. Rússia, Tailândia e Vietnã também foram grandes importadores da soja brasileira.

O farelo de soja somou US$ 765 milhões exportados e o óleo de soja, US$ 267 milhões. Ambos resultados são recordes para janeiro.

Importações

Já as importações do agro brasileiro, de acordo com a SCRI, totalizaram US$ 1.54 bilhão em janeiro deste ano, com aumento de 38,30% na comparação com janeiro de 2022 (US$ 1.12 bilhão). O valor não inclui os insumos utilizados na produção agropecuária, como fertilizantes, defensivos, peças e equipamentos.

Por Equipe SNA
Fontes: MAPA/Conab/CNN Brasil/Farmnews/Secex
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