IBGE estima safra recorde de 288.1 milhões de toneladas para 2023

A primeira estimativa da produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas para 2023 é de uma safra recorde de 288.1 milhões de toneladas, com aumento de 9,60% (ou mais 25.3 milhões de toneladas) em relação a 2022.

Em outubro, a estimativa de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2022 foi de 262.8 milhões de toneladas, 3,80% (ou 9.6 milhões de toneladas) maior que a obtida em 2021 (253.2 milhões de toneladas) e 0,30% (ou 898.911 toneladas) acima da estimativa de setembro.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) estima que a área a ser colhida é de 73.3 milhões de hectares, 6,80% maior que a de 2021 (mais 4.7 milhões de hectares) e 0,10% (51.991 hectares) maior que o estimado em setembro.

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 91,60% da estimativa da produção e respondem por 87,10% da área a ser colhida. Em relação à 2021, houve aumentos de 10,40% na área do milho (aumento de 6,80% no milho 1ª safra e de 11,70% no milho 2ª safra), de 4,80% na da soja e de 10,80% na do trigo, ocorrendo uma queda de 2,60% na área do arroz.

Produção

No que se refere à produção, ocorreram aumentos de 15,20% para o algodão herbáceo em caroço, de 22,60% para o trigo e de 25,70% para o milho, com queda de 1,10% no milho na primeira safra e aumento de 36,80% no milho na segunda safra. Houve quedas de 11,50% para a soja e de 8,10% para o arroz em casca.

Em outubro de 2022, o IBGE realizou a primeira estimativa de área e produção para a safra de 2023. A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas, em 2023, deve totalizar 288.1 milhões de toneladas, com aumento de 9,60% em relação a 2022, ou 25.3 milhões de toneladas – um recorde da série histórica do IBGE.

Altas e quedas

O aumento se deve, principalmente, à maior produção estimada para a soja (19,10% ou 22.783.143 toneladas), o milho primeira safra (16,80% ou 4.273.026 toneladas), o algodão herbáceo em caroço (2% ou 82.558 toneladas), sorgo (5,70% ou 160.057 toneladas) e o feijão 1ª safra (4,90% ou 53.514 toneladas).

Foram estimadas quedas na produção do arroz (- 3,50% ou 374.380 toneladas), milho 2ª safra (- 0,20% ou 163.690 toneladas), feijão 2ª safra (- 9,50% ou 124.796 toneladas), feijão 3ª safra (- 3,70% ou 24.607 toneladas) e trigo (- 12,10% ou 1. 155.066 toneladas).

Com relação à área estimada, apresentam variações positivas a soja em grão (1,20%) e o milho primeira safra (0,90%), e variações negativas para o arroz em casca (- 4,10%), o milho segunda safra (- 0,60%), o sorgo (- 1,50%), o feijão 1ª safra (- 1,40%), o feijão 2ª safra (- 0,10%), o feijão terceira safra (- 0,50%), o algodão herbáceo em caroço (- 0,10%) e o trigo (- 1,60%).

A produção deve aumentar no Paraná (28,40%), Rio Grande do Sul (52,50%), Goiás (1,60%), Mato Grosso do Sul (8,40%), Minas Gerais (2,30%), Santa Catarina (15,20%), Tocantins (7%) e em Rondônia (4,10%), e diminuir em Mato Grosso (- 0,30%), São Paulo (- 6,50%), Bahia (- 3,30%), Maranhão (- 2,40%), Piauí (- 4,80%), Pará (- 3,30%) e Sergipe (- 0,10%).

Outubro

A estimativa de outubro para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2022 foi de 262.8 milhões de toneladas, 3,80% maior que a obtida em 2021 (253.2 milhões de toneladas), com aumento de 9.6 milhões de toneladas.

Com relação ao mês anterior, houve um aumento de 898.911 toneladas (0,30%). A área a ser colhida foi de 73.3 milhões de hectares, com alta de 6,80% em relação à área colhida em 2021, e aumento de 4.7 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida cresceu 0,10% (51.991 hectares).

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 91,60% da estimativa da produção e respondem por 87,10% da área a ser colhida.

Com relação a 2021, houve aumentos de 10,40% na área do milho (alta de 6,80% no milho primeira safra e de 11,70% no milho segunda safra), de 17,90% na do algodão herbáceo (em caroço), de 4,80% na da soja e de 10,80% na do trigo, ocorrendo uma queda de 2,60% na área do arroz.

No que se refere à produção, ocorreram aumentos de 15,20% para o algodão herbáceo em caroço, de 22,60% para o trigo e de 25,70% para o milho, com queda de 1,10% no milho na 1ª safra e aumento de 36,80% no milho na 2ª safra. Ocorreram quedas de 11,50% para a soja e de 8,10% para o arroz em casca.

Para a soja, a estimativa de produção foi de 119.5 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a previsão foi de 110.4 milhões de toneladas (25.4 milhões de toneladas de milho na primeira safra e 85 milhões de toneladas de milho na segunda safra). A produção do arroz foi estimada em 10.7 milhões de toneladas; a do trigo em 9.6 milhões de toneladas; e a do algodão (em caroço) em 6.7 milhões de toneladas.

Regiões

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas teve variação anual positiva para quatro regiões: Centro-Oeste (12,20%), Sudeste (12,60%), Norte (14,80%) e Nordeste (10,10%). Houve queda no Sul (- 15,40%). Na variação mensal, houve aumentos no Norte (0,60%) e no Centro-Oeste (0,70%), enquanto o Sul registrou queda (- 0,10%). Nas Regiões Sudeste e Nordeste houve estabilidade.

Entre as Unidades da Federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, (30,70%), seguido pelo Paraná (12,80%), Goiás (10,40%), Rio Grande do Sul (9,80%), Mato Grosso do Sul (8,40%) e Minas Gerais (6,50%), que, somados, representaram 78,60% do total.

Destaques

As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso do Sul (670.385 toneladas), Rio Grande do Sul (220.906 toneladas), Goiás (186.872 toneladas), Pará (62.055 toneladas), Tocantins (19.798 toneladas), Rondônia (2.127 toneladas), Rio Grande do Norte (1.119 toneladas) e no Acre (13 toneladas). As principais variações negativas ocorreram no Paraná (- 259.193 toneladas), Ceará (- 4.123 toneladas), Minas Gerais (- 1.035 toneladas) e no Rio de Janeiro (- 13 toneladas).

Cereais de inverno

Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 9.6 milhões de toneladas, com queda de 0,30% em relação ao mês anterior e aumento de 22,60% em relação a 2021, com o rendimento médio devendo alcançar 3.112 kg/ha, aumento de 10,60%.

Com as perspectivas negativas da produção mundial, em decorrência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, grandes produtores e exportadores do cereal, os preços aumentaram, fazendo com que os produtores ampliassem as áreas disponíveis de plantio na região Sul do País, como também aumentassem os investimentos em tecnologia nas lavouras. Em confirmada, essa produção, o Brasil deverá colher sua maior safra de trigo da história.

A estimativa da produção da aveia foi de 1.2 milhão de toneladas, com alta de 1% em relação ao mês anterior, e aumento de 10,30% em relação a 2021. Para a cevada, a produção estimada foi de 538.400 toneladas, com queda de 0,40% em relação ao mês anterior e aumento de 23,30% em relação a 2021.

Feijão

A estimativa da produção das três safras de feijão foi de 3.1 milhões de toneladas, 0,70% maior do que a do mês anterior. As Unidades da Federação com maior participação na estimativa de produção foram Paraná (24,70%), Minas Gerais (15,500%), Goiás (11,3%) e Mato Grosso (8,90%).

Com relação a 2021, a estimativa para a área a ser colhida aumentou 1,90%, com o rendimento médio aumentando 8,10%. A estimativa da produção aumentou 10,20%. Esse volume de produção deve atender ao consumo do mercado interno do País em 2022.

A primeira safra de feijão foi estimada em 1.1 milhão de toneladas, com aumento de 0,80% em relação à estimativa de setembro, em decorrência do aumento de 0,80% no rendimento médio.

A segunda safra de feijão foi estimada em 1.3 milhão de toneladas, com alta de 0,70% em relação à estimativa de setembro, havendo aumento de 0,90% no rendimento médio. Esta 2ª safra representa 42,70% do total de feijão produzido no País.

Com relação à terceira safra de feijão, a estimativa de produção foi de 658.200 toneladas, com alta de 0,50% em relação à estimativa de setembro, com a área a ser colhida aumentando 0,60%, e o rendimento médio, que caiu 0,10%.

Milho

A estimativa para a produção do milho foi de 110.4 milhões de toneladas, com aumento de 0,70% em relação ao mês anterior, resultado da alta de 0,70% no rendimento médio. Houve aumento de 25,70% na produção, quando comparado com a de 2021.

Além da contribuição do clima para as lavouras da segunda safra, houve adiantamento da colheita da soja, o que contribuiu para que o milho segunda safra fosse cultivado, em sua maior parte, dentro da “janela de plantio” na maioria das Unidades da Federação produtoras.

Para o milho primeira safra, a estimativa foi mantida em 25.4 milhões de toneladas em relação ao mês anterior, com aumentos no Rio Grande do Norte (3,30%), Rondônia (3,200%), Mato Grosso do Sul (2,9%) e Paraná (0,10%), compensando as quedas da produção em Goiás (- 0,50%) e Ceará (- 0,70%). Com relação ao mesmo período em 2021, manteve-se a queda de 1,10% na produção do milho primeira safra, justificada pela queda de 7,40% no rendimento médio.

Para o milho segunda safra, a estimativa da produção é de aumento de 1% em relação ao mês anterior, totalizando 85 milhões de toneladas. Apesar da estabilidade na área colhida, houve alta de 0,90% no rendimento médio. Comparando ao ano de 2021, o crescimento foi de 36,80%. A produção brasileira de milho na segunda safra é recorde da série histórica do IBGE, sendo resultado do aumento dos investimentos na cultura.

Soja

A produção nacional totalizou 119.5 milhões de toneladas, estimativa que se manteve estável ao longo do mês, confirmando a queda de 11,50% em comparação à obtida no ano anterior.

A prolongada estiagem na região centro–sul do País foi determinante para a queda da produção da soja brasileira em 2022, resultando num declínio de 15,50% no rendimento médio, apesar do aumento na área colhida, de 4,80% no ano, totalizando 40.9 milhões de hectares. A participação da soja no volume total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País, em 2022, foi de 45,50%, permanecendo como o grão de maior peso no grupo.

Sorgo

A estimativa da produção em outubro foi de 2.8 milhões de toneladas, aumento de 3,50% em relação ao mês anterior. Este aumento pode ser compartilhado em 1,70% no rendimento médio e 1,70% na área a ser colhida. O rendimento médio foi de 2.757 kg/ha. Algumas Unidades da Federação registraram rendimento médio acima dessa média, a citar: São Paulo, Ceará, Pará, Minas Gerais, além de todos os estados do Centro-Oeste.

Fonte: IBGE
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