ONU reconhece importância do agro brasileiro para a segurança alimentar e a sustentabilidade

Agricultura de precisão com tecnologia: atividade é citada em relatório das Nações Unidas como fator determinante para o aumento da produtividade. Foto: Pixabay.

A Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change), que é o tratado internacional da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, reconheceu a importância da agricultura brasileira para a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e a geração de renda aos agricultores.

Com isso, o agronegócio brasileiro começa a ser considerado uma peça importante no contexto global das mudanças climáticas para a diminuição dos impactos ambientais.

“Trata-se de uma citação importante para o Brasil, porque representa o reconhecimento do valor da pesquisa agropecuária em benefício do desenvolvimento nacional, que dá visibilidade à ciência agrícola brasileira como referência mundial”, disse Gustavo Mozzer, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que integra a equipe do Núcleo de Políticas Globais da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, responsável pela coordenação do trabalho desenvolvido pelas Nações Unidas.

“É uma excelente notícia”, comemorou o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves.

“É o que sempre imaginei como hipótese principal. O dia que a questão ambiental sair da esfera política e entrar na matemática (nos números e indicadores de cada quesito ambiental), o mundo vai descobrir o que é o Brasil nesta área. Longe de ser pária, é solução. Que venha a matemática”.

Contribuições

O relatório da Convenção da ONU citou a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) como a responsável por contribuir com a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico. Já a agricultura de precisão e a tecnologia baseada em ciência ganharam destaque por elevar a produtividade e reduzir em 50% o preço dos alimentos.

A ONU ressaltou ainda que produtividade brasileira aumentou 386% e a área agrícola apenas 83%. Isso significa a preservação de 120 milhões de hectares de floresta.

“A chave para isso foi o investimento do Brasil em políticas públicas relevantes e tecnologia de base científica”, informou o relatório, que também destacou a promoção da agricultura baseada na intensificação sustentável, a inovação tecnológica, a adaptação às mudanças climáticas e a conservação dos recursos naturais.

Ainda de acordo com o documento, “o Brasil pretende continuar esses esforços e usar oportunidades de cooperação intercâmbio de conhecimento e apoio multilateral como estratégias-chave para alcançar o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar”.

Incorporação

Além disso, o resultado do trabalho desenvolvido pela ONU assegura que os elementos científicos e estratégicos para agricultura nacional e para a Embrapa sejam incorporados às negociações sobre agricultura no contexto das negociações internacionais sobre mudança do clima.

“Em alinhamento aos interesses nacionais, isso tem dado visibilidade e o devido reconhecimento aos fundamentos científicos que caracterizam a tecnologia agrícola tropical desenvolvida pela Embrapa e outras instituições parceiras”, afirmou Mozzer.

“Em consequência, caminhamos para um reconhecimento do potencial de sustentabilidade do produto agrícola nacional”.

 

Fontes: Embrapa/Forbes

Equipe SNA

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