Perspectivas da emergência zoosanitária em função da gripe aviária

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou, no último dia 22 de maio, estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por 180 dias em função da gripe aviária. Em nota, a pasta afirmou que a medida tem o objetivo de “evitar que a doença chegue na produção de aves de subsistência e comerciais, bem como para preservar a fauna e a saúde humana”.

“A declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais – nas três instâncias: federal, estadual e municipal – e não governamentais. Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e materiais tecnológicos necessários para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”, afirmou o Ministro Carlos Fávaro.

A portaria também prorroga, por tempo indeterminado, a vigência da suspensão de realização de exposições e outros eventos com aglomeração e criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no ministério.

Dada a relevância do assunto, e suas possíveis ramificações para a saúde animal e indústria avícola, a Sociedade Nacional de Agricultura conversou com Luiz Octavio Pires Leal, especialista no ramo e membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, além de editor da página Animal Business, hospedada no portal SNA. Ele esclarece que a gripe aviária, também conhecida como gripe das aves ou influenza aviária, é uma doença viral que afeta principalmente as aves, especialmente domésticas, como galinhas e perus. Existem diferentes cepas do vírus, sendo a mais conhecida e preocupante a H5N1, justamente e detectada nos casos registrados.

“A gripe aviária é causada por um tipo de vírus influenza do tipo A, que ocorre naturalmente em muitas aves aquáticas, como patos e gansos. Elas podem ser portadoras assintomáticas do vírus e espalhá-lo através de suas fezes, saliva e secreções respiratórias. O vírus pode sobreviver por longos períodos em ambientes úmidos e frios, como lagos e lagoas”, diz ele.

Luiz Octavio acrescenta que “a transmissão da gripe aviária para os seres humanos é rara, mas pode ocorrer em casos de contato próximo e prolongado com aves infectadas ou superfícies contaminadas. Já a transmissão sustentada entre pessoas é extremamente limitada e ocorreu apenas em casos isolados e muito raros. No entanto, é sempre importante estar ciente das informações mais atualizadas sobre a gripe aviária e seguir as diretrizes e precauções recomendadas pelas autoridades de saúde competentes”.

Acrescenta ainda que “a gripe aviária em humanos pode variar desde uma doença leve, semelhante a um resfriado, até formas mais graves, com sintomas respiratórios e complicações potencialmente fatais, como pneumonia viral. O tratamento geralmente envolve cuidados de suporte e o uso de medicamentos antivirais específicos para o vírus”.

Por Marcelo Sá
Equipe SNA
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