Preços dos fertilizantes recuam e relações de troca melhoram para o produtor brasileiro

Os preços dos fertilizantes têm recuado no Brasil e as relações de troca têm melhorado consideravelmente nas últimas semanas.

“Boa manchete! Depois de um período tão difícil, de tantas incertezas, estamos vendo algumas quedas bem acentuadas para várias matérias-primas (…) O mais importante que está acontecendo no mercado é uma melhora no poder de compra do produtor rural. Isso é muito bom”, disse o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza.

Um dos destaques é o Super Simples, que recuou 60% de abril até agora, levando as relações de troca de 20 ara 10 sacas de soja por tonelada do fertilizante, com base no porto de Paranaguá.

Parte dessas baixas entre todos os grupos de fertilizantes vem com as importações recordes e estoques mais confortáveis no Brasil, enquanto a demanda também está mais contida no País neste momento, contribuindo para este recuo das cotações.

Panorama externo

No cenário internacional, a Bielorrússia busca alternativas de escoamento de seu produto, enviando seus fertilizantes por ferrovias para a China e para os portos russos, e a nação asiática volta às exportações, também contribuindo para as baixas.

“Hoje, temos um barco a Bielorrússia com cloreto de potássio esperando para descarregar no porto de Paranaguá. Esse fato não víamos no mercado desde fevereiro deste ano. A oferta global, aos poucos, ela vai se normalizando, e de outro lado no Brasil temos 20% a mais de importação de KCl do que tínhamos no mesmo período do ano passado, considerando de janeiro a agosto”, disse Souza.

Cotações

Com isso, o KCl recuou 13% em um mês e sua baixa acumulada de abril até agora é de 40%. Apesar das baixas, o cloreto de potássio ainda apresenta relações de troca acima da média, uma vez que foi o ponto nevrálgico e mais crítico durante o pico da crise dos fertilizantes, e ainda está, em média, na casa de 24 sacas de soja/tonelada no porto de Paranaguá. “O preço ainda é historicamente alto”, observou o analista.

Neste ambiente e com o mercado um pouco mais adiantado, ainda segundo Souza, os produtores já começam a cotar seus fertilizantes para a safra 2023/24, buscando garantir essas melhores relações de troca que o mercado oferece.

“Inclusive com os produtores já concretizando seus negócios. Já vimos esse movimento no Mato Grosso, também em outros estados, e eu destaco o Super Simples, que é a matéria-prima que eu vejo com a melhor relação de troca para a próxima temporada”, disse.

Volatilidade

No mercado nacional, apesar de toda a volatilidade ainda muito presente no exterior, cedem também, ligeiramente, os preços da ureia. Ainda segundo o analista, o movimento é reflexo de menor liquidez neste momento, com os negócios mais tímidos agora, além de melhores estoques no Brasil.

As relações de troca, referência Sorriso/MT, perto de 75 sacas de milho para uma tonelada do nitrogenado, ainda são muito voláteis.

“Ao se acompanhar o gráfico de relação de troca do milho safrinha versus ureia, é extremamente volátil, não é tão um padrão como é o caso do Super Simples, onde eu vejo uma queda acentuada. Não vejo isso para uma relação de troca da ureia”, disse Souza.

Ele destaca, porém, a importância de monitoramento do furacão que pode alcançar a Flórida, nos Estados Unidos, importante polo de produção de fertilizantes no país, principalmente de fosfatados.

Soja x Super Simples

               Gráfico: Jeferson Souza/Agrinvest Comodities
Fonte: Notícias Agrícolas
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