Emissão de CRAs e gestão transparente alavancam cooperativas do setor orgânico

Associativismo: cooperativas do setor de orgânicos começam a se adaptar aos novos padrões do mercado. Foto: Freepik

Caso seja efetivada, a oferta pública de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) vinculados às cooperativas de agricultura orgânica do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) deverá constituir um marco para o desenvolvimento do associativismo no setor, afirmou a diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner.

Os CRAs representam uma modalidade de títulos de renda fixa para o financiamento da produção no campo. “As cooperativas de orgânicos precisam evoluir. Algumas estão mais avançadas, mas acredito que a possibilidade de venda de CRAs na Bolsa de Valores pelas cooperativas do MST será o passo inicial para a garantia de transparência aos negócios”.

O assunto foi debatido por videoconferência pela diretora da SNA, durante o evento de abertura do semestre letivo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no âmbito de seu Programa de Pós-Graduação, Doutorado Profissional em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial. Na ocasião, Sylvia falou sobre os desafios, perspectivas e experiências bem sucedidas na agricultura orgânica.

Suspensão

A oferta pública de CRAs vinculados ao MST no mercado de capitais foi suspensa no último dia 30 de julho, por até  até 30 dias, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Técnicos da autarquia afirmaram à ocasião que a oferta não apresentava informações consideradas essenciais para a tomada de decisão dos investidores.

Dessa forma, caso as irregularidades não sejam corrigidas no prazo previsto, há o risco de a CVM cancelar a oferta. A emissão dos CRAs poderá garantir a captação de cerca de R$ 17.5 milhões para o financiamento da produção de alimentos como arroz, feijão, milho, laticínios, entre outros.

Sinergia

A diretora da SNA acredita que as cooperativas de orgânicos no País só poderão evoluir com uma gestão mais transparente para todos os participantes da cadeia, com a criação de grupos de trocas de informação, de plataformas para reuniões e intercâmbio de imagens e de programas de capacitação para associados, e também com a definição de potenciais líderes para o gerenciamento de todo o processo.

“É preciso criar sinergia”, disse Sylvia, que durante a videoconferência abordou a produção orgânica sob o ponto de vista dos negócios. O setor, segundo ela, “é um desafio para quem deseja aprender e também uma oportunidade para a inovação e a criação de novos empreendimentos.”

Planejamento e outros aspectos

A especialista ressaltou que a elaboração de um modelo e de um plano de negócios é fundamental para quem pretende investir no mercado de orgânicos.

Neste caso, disse ela, é importante considerar aspectos como impactos ambientais, mudanças climáticas, relações e conexões entre temas que envolvem o setor, além de fatores como público-alvo, diferenciais de mercado, retorno financeiro, marketing, logística, concorrência, parcerias, etc.

Entre outros assuntos, Sylvia também falou sobre a importância de aspectos como rastreabilidade, certificação e rotulagem de produtos e criação de cadeias de valor.

 

 

Fontes: Uneb/G1/Terra

Equipe SNA

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