Soja fecha em alta dando sequência ao movimento de correção

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 14,75 a 23 centavos, com o julho/23 cotado a US$ 13,52½ (+ 1,73%) e o novembro/23 a US$ 11,83¾ (+ 1,26%) o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,40 a US$ 3,60, com o julho cotado a US$ 397,80 (- 0,90%) e o dezembro a US$ 367,70 (- 0,38%) a tonelada curta.

O óleo de soja fechou novamente em alta, com o julho registrando ganhos de 3,43%.

A soja fechou novamente em alta, dando sequência ao movimento de correção, recuperando parte das recentes perdas. Mais uma vez, o óleo de soja, impulsionado pelo petróleo, deu suporte à soja na Bolsa de Chicago.

“O petróleo em alta de mais de 2,50%, sustentou o óleo de soja”, indicou a equipe da Agrinvest Commodities. Tanto o WTI, quanto o Brent subiam mais de 2% hoje, registrando máximas a US$ 72,17 e US$ 76,42 por barril, respectivamente, com o mercado bastante ansioso pela nova reunião da OPEP que vai acontecer neste final de semana.

Segundo explicou a Bloomberg o vice-presidente sênior da BOK Financial Securities, Dennis Kissler, “o suporte para os preços do petróleo nesta sexta-feira vem das expectativas sobre o que a OPEP pode fazer na nova reunião. Parece que os traders deste mercado estão mudando para um modo de “apetite por risco”, uma vez que, por enquanto, os temores de uma recessão diminuíram”.

Há também, no mercado, as perspectivas de que a OPEP poderia, entretanto, manter os seus níveis de produção, uma vez que já estariam em volumes consideravelmente baixos, como também explicaram analistas à Bloomberg.

“É provável que os preços do petróleo caiam um pouco mais no início da próxima semana porque a OPEP+ pode não decidir sobre novos cortes de produção. De qualquer forma, vemos o nível atual de produção muito baixo no médio prazo, então o preço do petróleo deve subir novamente, na sequência, nas próximas semanas”, indicaram analistas do Commerzbank AG em um relatório nesta sexta-feira.

E toda esta movimentação tem sido importante para o comportamento dos preços da soja em Chicago. “O mercado energético é um dos fatores de sustentação de médio e longo prazo para a soja. A demanda interna nos EUA deve aumentar forte nos próximos meses, com a entrada em operação de várias usinas de biodiesel renovável. Mesmo se a safra americana for cheia, os estoques americanos de óleo de soja devem ficar muito baixos ao final da temporada 2023/24”, complementou a Agrinvest.

USDA – Relatório Semanal de Vendas  

Soja

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 123.400 toneladas de soja da safra 2022/23, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 25 de maio.

O volume representa um aumento de 7% em relação ao da semana anterior e de 16% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Na semana, os principais compradores foram Indonésia (60.200 toneladas), México (32.300 toneladas), Japão (28.900 toneladas) e Costa Rica (8.500 toneladas), que compensaram o cancelamento feito por destinos desconhecidos (52.000 toneladas).

Da safra 2023/24 foram vendidas 301.000 toneladas para a China (265.000 toneladas) e México (36.000 toneladas.

O volume das vendas veio dentro das estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 50.000 e 675.000 toneladas.

Os embarques semanais do período totalizaram 230.800 toneladas, 20% abaixo do volume embarcado na semana anterior e 34% abaixo em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram México (95.800 toneladas), Indonésia (70.200 toneladas), Japão (22.600 toneladas), Colômbia (17.200 toneladas) e Costa Rica (13.000 toneladas).

Farelo de soja

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 405.400 toneladas de farelo de soja da safra 2022/23, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 25 de maio.

O volume das vendas representou um aumento de 19% em relação ao da semana anterior e de 62% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Na semana, os principais compradores foram Filipinas (235.900 toneladas), Guatemala (41.300 toneladas), Canadá (36.200 toneladas), México (34.300 toneladas) e Venezuela (19.400 toneladas) que compensaram os cancelamentos feitos pela Colômbia (7.600 toneladas), Irlanda (6.000 toneladas) e Nicaragua (1.800 toneladas).

Da safra 2023/24 foram vendidas 61.900 toneladas para destinos desconhecidos (60.000 toneladas) e México (1.000 toneladas).

Os embarques semanais do período totalizaram 259.300 toneladas na semana, aumento de 15% em relação ao volume embarcado na semana anterior e de 11% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos foram Colômbia (75.100 toneladas), Filipinas (51.000 toneladas), Equador (31.600 toneladas), México (24.000 toneladas) e Republica Dominicana (19.700 toneladas).

Óleo

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 1.700 toneladas de óleo de soja da safra 2022/23, na semana encerrada em 18 de maio.

O volume das vendas representou uma queda de72% em relação ao da semana anterior e de 68% em relação à média das quatro semanas anteriores.

O comprador foi o Canadá.

Da safra 2023/24 foram vendidas 3.200 toneladas para o Canadá.

Os embarques semanais do período totalizaram 13.100 toneladas na semana, aumento considerável em relação ao volume embarcado na semana anterior e em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os destinos foram México (12.600 toneladas) e Canadá (500 toneladas).

Argentina

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a colheita de soja na Argentina atingiu 86,90% da área plantada na última semana, avanço de 8,70% em relação à semana anterior. Na comparação com o ano passado, os trabalhos estão 7,30% atrasados. O rendimento médio nacional está em 1.500 quilos por hectare, e a estimativa de produção foi mantida em 21 milhões de toneladas.

Segundo a BCBA, 18% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições na última semana, contra 5% na semana anterior. O percentual das em condições normais aumentou de 39% para 42%, enquanto o percentual das em condições regulares ou ruins diminuiu de 56% para 40%.

Safra 2022/23 – Brasil

O quinto levantamento da DATAGRO Grãos para a safra brasileira 2022/23 de soja aumentou a estimativa de produção, reiterando a tendência de novo recorde. “Apesar das preocupações iniciais, o clima acabou satisfatório para a maior parte da região de produção. A exceção ficou mesmo por conta da falta de chuvas na metade Oeste do Rio Grande do Sul”, indicou Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.

A estimativa para a área de soja foi revisada de 44.22 milhões para 44.40 milhões de hectares, 3,20% superior aos 43.02 milhões de hectares estimados no relatório de intenção de plantio, divulgado em julho de 2022, e 5,30% acima dos 42.16 milhões de hectares de 2021/22. “Em relação ao mês passado, tivemos aumento na área do Mato Grosso, Bahia, Tocantins e Rondônia”, informou França Junior.

A estimativa de produção foi revisada para cima, passando de 155.60 milhões de toneladas para o novo recorde histórico de 155.91 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 19,40% na comparação com a frustrada safra colhida no ano passado, de 130.58 milhões de toneladas.

Milho fecha em alta, com o mercado focado nas condições climáticas do Corn Belt

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 11,25 a 16,50 centavos, com o julho cotado a US$ 6,09 (+ 2,78%) e o dezembro/23 a US$ 5,41¼ (+ 2,12%) o bushel. O julho na máxima do dia (US$ 6,10½), registrou a maio cotação desde 26 de abril e o dezembro na máxima do dia (US$ 5,41¾), registrou a maior cotação desde 27 de abril.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 8 a 8,25 centavos, com o julho cotado a US$ 6,19 (+ 1,35%) e o setembro/23 a US$ 6,32¼ (+ 1,28%) o bushel.

USDA – Relatório Semanal de Vendas 

Milho

Exportadores dos Estados Unidos reportaram cancelamentos superaram as vendas em 186.700 toneladas da safra 2022/23, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 25 de maio.

O volume representa uma queda expressiva em relação ao da semana e em relação à média das quatro semanas anteriores.

Na semana, os principais compradores foram México (172.400 toneladas), Colômbia (76.500 toneladas), Arábia Saudita (71.600 toneladas), China (70.800 toneladas) e Japão (69.500 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por destinos desconhecidos (286.900 toneladas), Honduras (13.800 toneladas), El Salvador (6.900 toneladas), Panamá (4.700 toneladas) e Canadá (400 toneladas).

Da safra 2023/24 foram vendidas 312.600 toneladas para o México (207.000 toneladas), destinos desconhecidos (53.300 toneladas), Japão (50.000 toneladas), Honduras (1.800 toneladas) e Guatemala (500 toneladas).

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que estimavam cancelamentos de até 100.000 toneladas a vendas de até 700.000 toneladas.

Os embarques semanais do período totalizaram 1.435.000 toneladas, queda de 5% em relação aos da semana anterior, mas um aumento de 6% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos foram China (465.800 toneladas), México (280.900 toneladas), Japão (198.500 toneladas), Arábia Saudita (71.600 toneladas) e Coreia do Sul (69.900 toneladas).

Trigo

Exportadores dos Estados Unidos reportaram que os cancelamentos superaram as vendas em 210.500 toneladas de trigo da safra 2022/23, na semana encerrada em 25 de maio.

O volume, o menor do ano comercial, representou uma queda expressiva em relação ao da semana anterior e também uma queda expressiva em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Republica Dominicana (31.800 toneladas), Tailândia (8.200 toneladas), Venezuela (1.500 toneladas), Peru (1.300 toneladas) e Ilhas de Sotavento (200 toneladas), que não compensaram cancelamentos feitos por destinos desconhecidos (91.000 toneladas), México (41.100 toneladas), Equador (41.100 toneladas), Filipinas (25.200 toneladas) e Coreia do Sul (23.200 toneladas).

Da safra 2023/24 foram vendidas de 466.500 toneladas para destinos desconhecidos (115.000 toneladas), Coreia do Sul (108.000 toneladas), México (73.700 toneladas), Filipinas (59.000 toneladas) e Equador (46.100 toneladas).

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que variavam entre 125.000 e 450.000 toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 381.100 toneladas, volume 1% menor do que o da semana anterior, mas 39% acima da média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos foram Tailândia (128.400 toneladas), Republica Dominicana (41.800 toneladas), México (39.800 toneladas), Japão (35.800 toneladas) e Venezuela (31.500 toneladas).

Argentina

Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a colheita do milho na Argentina atingiu 28,60% da área plantada, avanço de 2% na semana. A produtividade média nacional está em 4.640 quilos por hectare, e a estimativa de produção foi mantida em 36 milhões de toneladas.

O percentual das lavouras de milho em boas ou excelentes condições diminuiu de 5% para 4%. A BCBA informou que o percentual das em condições normais se manteve em 42%. Já o percentual das em condições regulares ou ruins aumentou de 53% para 54%.

O plantio de trigo teve início na Argentina, atingindo 400.000 hectares, ou 6,30% dos 6.3 milhões de hectares estimados para a safra 2023/24, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em relatório semanal. Na comparação com o mesmo período do ano passado, há um atraso de 7,60%.

Safra 2022/23 – Brasil

A nova análise da DATAGRO Grãos mostra que a área colhida da safra brasileira do milho de verão 2022/23 caiu 4%, para 4.43 milhões de hectares. No Centro-Sul do País, a área foi de 2.86 milhões de hectares, 8,40% inferior aos 3.12 milhões de hectares da safra passada. Já nas regiões Norte e Nordeste, a área foi de 1.57 milhão de hectares, contra 1.49 milhão de hectares em 2021/22 (+5,4%).

Mesmo com clima irregular no Rio Grande do Sul, a produção da 1ª safra de milho foi revisada para cima, passando de 26.68 milhões para 26.84 milhões de toneladas, sendo 19.49 milhões de toneladas do Centro-Sul e 7.35 milhões de toneladas do Norte/Nordeste, um aumento de 6,10% em relação as 25.30 milhões de toneladas da frustrada safra colhida em 2022.

Para a safra de inverno (safrinha) de 2023, a estimativa de área foi mantida em 18.69 milhões de hectares, 1,60% maior do que a de 18.39 milhões de hectares do último ano, sendo 15.71 milhões de hectares no Centro-Sul e 2.98 milhões de hectares no Norte/Nordeste. Considerando clima regular até o final, o potencial de produção do País para a 2ª safra é de 102.70 milhões de toneladas, 7,60% acima da temporada anterior de 95.45 milhões de toneladas. Desse total, a região Centro-Sul responderia por 92.90 milhões de toneladas e o Norte/Nordeste por 9.80 milhões de toneladas.

No total das duas safras, o Brasil tem previsão de uma área para 2022/23 de 23.12 milhões de hectares, 0,50% maior do que a de 23.00 milhões de hectares de 2021/22. A produção potencial é de 129.54 milhões de toneladas, acima das 127.21 milhões de toneladas estimadas em abril e 7,30% superior à safra recorde anterior, de 120.75 milhões de toneladas.

Por Equipe SNA
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