Startups de bioinsumos arrecadam cerca de US$ 890 milhões no mundo

Cultivo preparado com biofertilizante: interesse crescente por insumos biológicos tem impulsionado investimentos no setor. Foto: Pixabay

Levantamento realizado pela empresa de investimentos AgFunder indica que as startups direcionadas ao desenvolvimento de  insumos biológicos conseguiram arrecadar em 2021 cerca de US$ 890 milhões em todo o mundo.

Segundo a pesquisa, o financiamento a essas empresas emergentes mais do que dobrou em relação a 2020, ano marcado pelo início da pandemia.

Os números da AgFunder foram revisados para cima em relação à última estimativa, que utiliza como modelo uma projeção de 12 meses com base em tendências históricas.

Os investidores afirmam que o resultado acima do esperado reforça “o quanto o interesse nessa área cresceu”, considerando os desenvolvedores de biofertilizantes, biopesticidas, biofungicidas e bioestimulantes.

“Há dois fatores principais por trás dessa explosão de interesse dos investidores em insumos biológicos. Por um lado, há a combinação de pressões ambientais, regulatórias e do consumidor que afastam a indústria agrícola do uso excessivo e da dependência de insumos químicos”, informa a AgFunder.

“Os biofertilizantes, biopesticidas, biofungicidas e bioestimulantes são mais sustentáveis se pensarmos no impacto ambiental nos solos ou na água. No caso dos bioinsumos, esse impacto ambiental é menor e permite, por exemplo, maior fixação de nitrogênio”, explica Sylvia Wachsner, diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Emissões

Para a AgFunder, os fertilizantes e pesticidas sintéticos de base química são normalmente pulverizados de forma imprecisa nos campos.

“Quantidades em excesso são lixiviadas para o ambiente circundante e podem oxidar, contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa. Alternativas biológicas, argumenta-se, são mais direcionadas em sua ação e têm menos impacto negativo em seu entorno.”

Independência

Outro aspecto abordado pela diretora da SNA é a constatação de que os bioinsumos permitem reduzir a dependência dos produtores de insumos importados.

“Certos insumos biológicos podem ser manufaturados localmente, com matérias primas nacionais, e em alguns casos, ‘on farm’ pelos produtores, reduzindo seus custos de produção”, afirma Sylvia.

Aumento de preços

O segundo grande impulsionador dos insumos biológicos, na opinião dos investidores, está relacionado às interrupções na cadeia de suprimentos desde o início pandemia, fato que ocasionou a um forte reajuste de preços de vários produtos químicos no mercado.

“Os insumos químicos são derivados do petróleo e o preço médio dessa commodity em 2021 foi de US$ 70 por barril, o que elevou o valor dos insumos não biológicos e os custos da produção de certas culturas”, destaca Sylvia.

“Este é particularmente o caso quando se trata de fertilizantes nitrogenados sintéticos, que são produzidos principalmente a partir de matérias-primas como amônia e ureia. Os preços dessas commodities subiram durante 2021 e no início deste ano, atingindo altas de vários anos em alguns casos”, ressalta a AgFunder.

 

 

Fonte: Agrolink

Equipe SNA

 

 

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