Tereza Cristina diz que Brasil tem fertilizantes suficientes até o início da próxima safra, em outubro

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta quarta-feira que o Brasil tem fertilizantes suficientes para o plantio até outubro e que o governo já trabalha desde o ano passado com alternativas para garantir o suprimento para o setor, no caso de escassez provocada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

“A safrinha de milho já está acontecendo, então o que precisava de fertilizantes já está garantido. A safra de verão, que será no final de setembro, outubro, é uma preocupação, mas também temos do setor privado a confirmação de que há um estoque de passagem suficiente para chegar até outubro”, disse a ministra, em conversa com jornalistas.

O Brasil já trabalha na busca de novos parceiros para o caso de diminuir o recebimento de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia. Segundo Tereza Cristina, o Mapa tem um grupo de acompanhamento que conversa constantemente com indústrias, produtores e setores de logística e infraestrutura. “Temos de ter tranquilidade neste momento e estudar todos os cenários que podem acontecer”, disse.

Além disso, a Embrapa estuda alternativas para aumentar a eficiência do plantio com o menor uso de fertilizantes. Também estão sendo trabalhadas estratégias de fomento e financiamento para o aumento da produção de bioinsumos, fertilizantes organominerais, nanotecnologia e agricultura digital. “A agricultura brasileira é forte, vai continuar forte, e temos que dar as alternativas para ela continuar trabalhando”, ressaltou a ministra.

Plano nacional

O governo deve lançar nos próximos dias o Plano Nacional de Fertilizantes, elaborado desde o ano passado em parceria com outros ministérios e com a iniciativa privada, para reduzir a dependência do Brasil da importação de fertilizantes.

“O Brasil precisa tratar esse assunto como segurança nacional e segurança alimentar. Esse plano, que fizemos lá atrás, há um ano, sem prever nada disso, era que o governo pensava que nós deveríamos ter para que o Brasil, que é uma potência agroalimentar, tivesse um programa de pelo menos 50% a 60% de produção própria dos seus fertilizantes”, disse Tereza Cristina.

Importação

Atualmente, o Brasil é o quarto consumidor global de fertilizantes, responsável por cerca de 8% deste volume, e ganhando destaque como o maior importador mundial.

O País importa cerca de 80% de todo o fertilizante usado na produção agrícola nacional. No caso do potássio, o percentual importado é de cerca de 95%. A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil.

Maior exportadora mundial de fertilizantes, com praticamente US$ 7 bilhões exportados em 2020, a Rússia é também a maior fornecedora do Brasil, com US$ 1.79 bilhão dos US$ 8.03 bilhões que importamos (2020).

Com relação aos fertilizantes potássicos, a Rússia é responsável por cerca de 20% da produção global, originando 28% das importações brasileiras. Já para os nitrogenados, o país é o segundo maior produtor global.

Como fornecedor para o Brasil, a Rússia participa com 21% dos nitrogenados. No caso específico do nitrato de amônio, o país é praticamente o único fornecedor para o Brasil, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Bielorrússia

As exportações de fertilizantes da Bielorrússia para o Brasil estão suspensas desde o início de fevereiro por causa do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento desse produto. Desde que soube que a Bielorrússia sofreria sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia, o governo brasileiro vem buscando alternativas para suprir a demanda do setor.

A ministra Tereza Cristina esteve na Rússia no ano passado e no Irã em fevereiro deste ano negociando o aumento de exportações de fertilizantes para o Brasil. A estatal iraniana National Petrochemical Company (NPC) indicou que o Irã poderá triplicar as exportações de ureia para o Brasil, chegando a 2 milhões de toneladas ao ano. No dia 12 março está prevista uma viagem da ministra ao Canadá para negociar o aumento das exportações de potássio para o Brasil.

 

 

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Equipe SNA

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